terça-feira, 24 de março de 2009

Alma

Minha alma não anda mais em mim,
Porque fui por ela tão esquecida?
Será que foi se encontrar, enfim
Com outra alma igualmente a ela entristecida?

Diz-me alma “minha”, porque me esquece,
Onde quer que estejas ouve a minha prece,
Volta para este ser triste alma querida,
Volta para esta mente insana, enlouquecida.

Dou várias voltas dentro da minha cabeça,
Sinto medo que meu pensamento me enlouqueça,
Não sei como bate o meu ignoto coração,
Condenado a viver dentro deste podre caixão.

Na minha vida a somente uma beleza,
Que às vezes disfarça-se como minha tristeza,
Corro para todos os lados dentro de mim,
Porque alma, a minha vida tem que ser assim?

“Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!” *

* 1ª estrofe de “Fanatismo” – Florbela Espanca


Augusto Cerberus 1/7/2008 41ª

Nenhum comentário: