Suportam o peso atroz e bruto,
Os punhos a lacerar-se e a pele
A corroer-se. A garganta expele
Seca. O grito de dor do escorbuto.
Vergam-se. Na rigidez de um minuto
A falarem: teus dedos agora flagele!
Num instante ordeiramente repele
A distrofia que leva ao meu luto.
E se não basta tanto enfermo, enfim,
O corpo mostra sua infante fraqueza
E não carece mais de começo e fim.
Da dor imensa que o corpo sente
Também me some toda a defesa
Ao ver a carcaça triste e ausente.
Renato De Boer
terça-feira, 10 de março de 2009
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3 comentários:
Espetáculo!
Lacinante.
Muito bom este soneto... parabéns!
Rico e farto. Bom demais p/ ser consumido em leitura compulsiva.
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